16 de ago. de 2009

Alex Varella: poemas áudio-visuais




POEMA DO VISÍVEL

Uns vâo a Roma ver o papa
outros ficam cegos de uma vez.
Mas o superficial profundo dispensa toda referência a outros mundos.
Eu sou aqui
cantor do visível,
donde o sol baniu as almas e seu teatro de sombras e trucagens,
com que unicamente se comprazem.
- Até o poente do visível!




MAR

Mar é o além que há.
Além do mar não há.
O mar canta no modo das coisas varanda,
o além habita seu estar.
Mar é o além que há.
E o mais do mais não há.




NEGRA GREGA

Negra negra
Grega grega
de palavras & mercancias
no Porto das Palavras
de Alexandria
beleza é o ser visível
ser é visível
negra grega
da África Clássica
próprio da beleza é o aparecer




BARCELONAS

Barcelona é uma arte
Ora mar Ora cidade
Perdi meu último heterônimo em Barcelona

(Alex Pessoa)
Onde tudo tem dois nomes,
mundo heteronômico!
Barcelona é uma arte
Ora mar
Ora cidade.




O PINTOR DA PALETA DO MAR

Pintor da paleta do mar,
sem pincel e tinta,
entre o rosa-róseo e o laranja
toda cor é de comer
é de meu prazer
é de meu querer
é de meu pomar
do pintor da paleta do mar
o pintor da paleta do mar




DIA DA INAUGURAÇÃO DO MUNDO

O olhar faz o olho
O olho faz o mundo.
Hoje é dia da inauguração do mundo.
Nunca houve um tempo pré-existente ao olhar
O olhar é o inaugural dos mundos